Introdução: Vimos que na ética aristotélica as ações humanas têm um
propósito: sua finalidade, em última instância, é a felicidade. Porém, esta só é
possível quando exercemos nossa atividade racional em consonância com a virtude,
ou seja, quando agimos buscando a excelência. Portanto não podemos desvincular a
qualidade de nossas escolhas, bem como a necessidade de agir buscando
aprimoramento para encontrarmos a realização que tanto queremos. Falar de
educação, portanto, é algo que demanda uma atenção especial de nossa parte no
que tange à ação. É na ação que
nos mostramos fortes ou fracos, é por ela que nosso caráter é construído. Deliberar
e saber agir, porém, não é fácil. O texto de Sayão (clique aqui para ler) nos lembra da grande
preocupação que temos em relação à felicidade, mas apresenta alguns dilemas
atuais vividos por pais e filhos para alcançá-la nos dias de hoje. Afinal, que insights o pensamento aristotélico
poderia nos trazer dentro desse debate sobre educação, tema tão antigo, mas tão atual e complexo?
Pontos para debate:
1) Empenho nas ações e determinação na hora de realizar tarefas
de que não gostamos. Por que os pais protegem os filhos dos
problemas da realidade e os poupam de tarefas maçantes em casa? Realizar com dedicação tarefas que detestamos nos traz por acaso algum benefício? Até onde é legítima a proteção dos pais? Que implicações elas podem trazer a longo prazo, quando o filho for chegando à idade adulta?
2) A falta de organização e de compreensão do processo. Muitos adolescentes reclamam que não conseguem se organizar
para os estudos, não conseguem administrar a vida (separar o tempo da escola do
trabalho e, sobretudo, do lazer). Eles reportam que se perdem em exageros ou desperdiçam
tempo demais com coisas fúteis. Ora não sabem como se organizar, ora
compreendem a necessidade da disciplina para alcançar seus objetivos, mas não
conseguem domar a própria vontade. Relembrando Aristóteles, como tornar a rotina desses adolescentes mais produtiva?
3) Pais se metendo na vida dos filhos. Eis um ponto curioso: os pais devem ou não se envolver nos
problemas cotidianos dos filhos adolescentes? O que Aristóteles aconselharia aos
pais atuais em relação a essa questão? – Esmiuçar melhor essa questão,
levantando os meandros que ela apresenta.
4) Alcançar a maturidade. O que
a busca da excelência cunhada por Aristóteles tem a contribuir para a
maturidade? Relacione essa questão com o conceito de autonomia, já
discutido em sala e cujo significado todos nós conhecemos.
5) Falta de foco dos pais.
Ao responder sobre a angústia dos pais, Sayão elenca alguns gargalos encontrados
no desempenho deles. Identifique quatro empecilhos que mais se destacam e
os problematize.
6) A busca da felicidade como um problema. Identificar o que está em jogo aqui, segundo o texto, e
relacioná-lo com a deliberação em Aristóteles e a busca do meio-termo nas
ações.
7) Uso da internet. Qual é
a contradição que o uso da internet expõe em relação ao comportamento dos pais
atuais? Explore o modo como a internet ajuda ou atrapalha na educação dos
adolescentes. Fundamente, argumente, traga exemplos.