Ao concluirmos o capítulo 26 do Filosofando, estudando as
tendências naturalista e humanista, somos levados a refletir sobre seus
desdobramentos, sobre a diferença entre o que propõe o behaviorismo e o que uma
proposta como a psicanálise representa.
São caminhos diferentes. Enquanto a psicanálise se propõe a valorizar
e elucidar aspectos como a consciência, a liberdade e a subjetividade, o behaviorismo,
como o próprio nome sugere, preconiza o controle do comportamento.
Para explorar a oposição entre essas duas tendências, nós
vamos debater os fatores em torno dos bons índices apresentados pelas escolas
militares, em especial no ENEM. É uma questão sensível e polêmica, de interesse
do aluno do Ensino Médio. Queremos, a partir dela, identificar as nuanças, vantagens e lacunas que
cada uma das tendências que estudamos pode trazer. Além do ganho em debater a
aplicabilidade dos aspectos teóricos e metodológicos das tendências, um debate como
esse nos ajuda a repensar diferentes ângulos da nossa formação, bem como nos familiariza
com as condições a partir das quais podemos falar em aprendizagem e desempenho.
Para o debate, nós vamos dividir a turma em dois grupos. O
primeiro tem a tarefa de fazer uma defesa das escolas militares, destacando
seus ganhos, acertos e resultados. O segundo grupo vai identificar as lacunas
do ensino militar, problematizar um possível reducionismo no tipo de formação
oferecida, e apresentar dados que mostram como, em condições iguais, escolas
públicas não militarizadas podem concorrer em pé de igualdade com as militarizadas.
Outros pontos aparecem transversalmente nessa discussão, como você pode ver a
partir das reportagens.
Dentre as indagações que vêm à tona nesse debate, poderíamos
destacar:
- Quando e por que priorizar a disciplina em detrimento de escolhas e
perfis individuais?
- Quais os estigmas que ontem e hoje subsistem no conceito de escola
militar? Eles têm fundamento?
- Há algo de errado no conceito de subjetividade? Apregoado em toda
parte, na escola (seja ela militar ou não) ele quase sempre não é bem-vindo.
- O que explica a grande procura das comunidades pela escola militar?
- O que temos na escola pública de alternativas bem sucedidas para
enfrentar problemas conhecidos como a violência, a evasão escolar e o déficit
dos alunos?
- A educação militarizada garante uma formação integral? Prepara o
indivíduo para a vida não hierárquica em sociedade? Torna-o apto para o
exercício da cidadania?
- A disciplina, exclusivamente, responde por quanto da boa pontuação
em exames externos?
- Escolas militares são para todos os perfis? As pessoas que fazem a
sua defesa... topariam o desafio de estudar nela?
- O que há de acertado e de temerário em militarizar escolas onde a
violência e problemas típicos da periferia cobrem o seu entorno?
- O que as comparações entre
escolas públicas versus militares revelam
sobre a educação familiar em nossa sociedade hoje?
- É possível sustentar a tese de que a escola – refém de modismos educacionais
– e a família – alvo de fortes influências culturais – são vítimas de algo maior que as
impactada, confunde e enfraquece?
- Os argumentos de Tania Zaguri, a filósofa e profª da UFRJ, para melhorar
e reencaminhar a escola pública são convincentes? Ela problematiza bem os
desafios da escola, mas consegue apontar soluções consistentes?
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aqui para baixar as reportagens e lembre-se:
- Só poderá participar do debate quem tiver lido as reportagens.
- Dê uma atençãozinha para as datas das reportagens: tem coisa de 2013
a 2019. O contexto e os números sofrem alterações.